CHORAMINGO
Passo os dias todos lembrando você
Faz tempo que não vejo outro
Quando nossos caminhos desviram-se?
Acho que já esqueceu pelo canto
Todo amor que juntou pra me dar
Com a promessa quebrada
Pôs a felicidade a se perder vadia
Mas esqueço os enganos
Foi você mesmo quem me ensinou
A amar um grande amor
Sem vaidades nem frescuras
No coração amarrado às linhas puídas 
O rótulo grudado de garantia
Que não dá pra escapar da solidão.
Eu te amo.

LIXO HUMANO

Dormi e cai de paraquedas
no pano azul do céu
suspenso da terra,
atônito com tamanho
descaso das autoridades: 
o bicho homem anda solto
com o diabo nos coros a
derrubar mato e a por chifre
em cabeça de cavalo.
Não adianta reclamar
se nenhuma árvore você plantar,
quando o mais velho dos astros,
o gelo derreter,
as tempestades vão cair,
os passáros voarão para nunca
os bichinhos vão se esconder
e
nós
serumaninhos, 
ralés,
vazios de consciência,
completos idiotas,
vamos
TODOS
nos
foder.

FIM


Bom dia, crionças.



Estou escrevendo um livro de poemas haicais* (haikai representa uma forma poética de origem japonesa que tenta captar um momento da natureza, assim como o passar do tempo) e quando for a hora certa vou disponibilizar o link pra download, até porque eu não espero escrever para viver ou ganhar a vida, eu quero escrever sobre a vida e viver escrevendo coisas que podem até ser inúteis hoje, mas que farão mais sentido amanhã talvez, a gente ganha a vida quando aprende a viver de forma consciente. Amando, quem sabe?  


I

Os lençóis se mexem
No embalar insatisfeito
Dos corpos vazios.

Vitor Machado


A história foi mais ou menos assim...


Algumas semanas atrás, em uma certa ocasião, num determinado lugar com fulano de tal, estávamos sentados no sofá, ele pegou o violão de supetão ao lado esquerdo dele e com os olhinhos de cachorro de rua abandonado, cantou pequenos versos, muito curtos, mas que para mim, pareciam mais com pequenos quadrados que ele pintava com a boca, cantando em versos declamados só voz boca violão. E ele ali parado na minha frente. Disse no final o que eram e me apaixonei... Falei pra Momis (minha mãe) que eu aprendi com o mestre, ela achou tudo brega e eu sou brega. Devolvi a troca que fizemos naquela noite retribuindo com outro poema de presente que escrevi só pra ele e que deixei impresso em papel cartão pela fresta da porta daquela salinha minúscula dele. Estou feliz e com ele ando aprendendo sempre. Avante, navegantes!


II

Pássaros cantam
O alvorecer no roçado
Do verde impecável.

Vitor Machado


originário do japonês haikai, vocábulo composto de hai = brincadeira, gracejo e kai = harmonia, realização.




MEU CORPO NÃO É TABU!




dezembro de 2016;

Sombras de dúvidas








Hoje a noite é mais fácil cair um raio sob o meu corpo enchendo-o de luz do que ganhar teus beijos quentes e confortáveis que me calam a boca num momento de leve desespero em que me vejo, despertando meus sentidos já dormentes... Ser longe de ti dói mais do que existir. Resista.







Isso aqui também é considerado rede antisocial? Entrei em dúvida assim que criei, mas a vida é sempre assim mesmo, né?! Cheia de dúvidas... Avante!

p.s: Eu não vim aqui pra agradar, nem pra ofender ninguém e saí do Facebook para ter a liberdade de poder dividir meus pensamentos mais sinceros sobre essa vidinha e entre outras coisas que eu e você compartilhamos em tempos de correria - nossas angústias, por exemplo. Mas não é só sobre as desgraças (a TV aberta, mais especificamente os jornais, já ocupam essa função, não é mesmo, caro leitor?! E como dizia o astro de luz, Cazuza: 'Somos iguais em desgraça...), aqui vocês terão mais aproximidade com toda minha produção, seja ela teatral, poética ou qualquer outro tipo de conhecimento (quem sabe uma receita ou uma cantiga de roda do tempo do bumba?!), dividirei com vocês pequenas cenas do meu cotidiano nessa cidade que compartilho com muitos de vocês. Vai ser barulhento, vez ou outra, porque, às vezes, na minha cabecinha as coisas acontecem numa velocidade frenética. É aí que paro, penso, reflito, respiro e sigo em frente por lembrar o dizer que o mestre me disse: "O SILÊNCIO NÃO EXISTE!"O Blogger ainda agorinha me perguntou: "quem sou eu?", bem, confesso que eu não sei responder isso ainda (e há quem confunda com má educação), então devolvo a pergunta diretamente pra quem estiver aí do outro lado disponível e quiser pensar comigo: quem somos nós? Buscar conhecer a si mesmo é um exercício árduo, mas pode ser também o maior ato de liberdade que você encontrará e eu reconheço as falhas possíveis e mirabulantes que hão de me perseguir (por pouco tempo) pelo caminho. Dê razão a liberdade de viver a vida, VIVA!

Com carinho,

Vitor.

Visita à exposição de obras dos artistas plásticos locais no Sesc Centro, 2016.